segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

DEPOIS DE TANTO TEMPO EM SILÊNCIO, O QUE DIRIA RAIAL ‘DISSO TUDO QUE ESTÁ AÍ’?

Por Raial Orotu Puri
Eu tenho estado silenciosa há um bom tempo. Não é que não aconteceram coisas neste período. Aconteceram. Até demais... E, no entanto... No entanto, às vezes, a tristeza, ou a raiva, ou revolta, ou todas essas coisas, recaem sobre nós de forma tão pesada que fica difícil encontrar palavras que possam ser encadeadas em frases e que permitam dar sentido ao que sentimos. 

... Ocorre também que o silêncio, depois de certo tempo passa a ser um lugar confortável, depois que nos acostumamos com ele. E há ainda a sensação de inutilidade das palavras. Ou de fadiga por ver que o esforço de usá-las foi inócuo. E há também a opinião dos nobilíssimos Guarani, que dizem que o ‘silêncio é o som dos sons’. E é...
Mas... “Você está em dívida com o Blog”, foi a intimação que eu não posso recusar jamais, vinda de meu amigo Samman Poteh..., ele disse. Ele tem razão. Eu sei. E se existe alguém que pode me mover do silêncio, sem dúvida, é ele, que começou esta história de escritas. Pois bem... Tentarei então dizer de tudo quanto houve, a ínfima parte que couber em minhas linhas.

E o que tanto aconteceu?  

domingo, 17 de fevereiro de 2019

PAJELANTRAS, GURULANTRAS, VAIDOS@S E OUTRAS “ANTAS”

Por: Domingos Bueno

 Em um tempo distante alguns poucos humanos tornaram-se mediadores entre realidades transcendentes que aprenderam a acessar, sinalizando dicotomias expressas em noções de indivíduo e coletividade, sagrado (sobre humano, que deve ser restrito à poucos e protegido) e o profano (humano, trivial), permitido ou não permitido, communitas e societas, natureza e cultura.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

A AULA QUE FOI A SEGUNDA CONFERÊNCIA INDÍGENA DA AYAHUASCA

Por: Maíra Dias

Cumprimentando aos leitores deste blog, peço licença ao Jairo para, finalmente, trazer um pequeno registro sobre o que foi, pra mim, a II Conferência Indígena da Ayahuasca (ocorrida em agosto de 2018). Se passaram só alguns meses, mas nesses tempos relativos já parece muito… Me animo a compartilhar agora esse texto, buscando na força da memória daqueles dias inspiração e esperança para ler as notícias sobre povos indígenas e a Funai que temos visto agora. Que a força da floresta, da bebida ancestral e a sensatez desses povos que já assistiram e resistiram tantas vezes aos absurdos impostos pela sociedade não-indígena, possam mais uma vez nos ensinar.