sexta-feira, 25 de maio de 2018

EM MEIO AO CAOS… eu estou na paz…

Por: Jairo Lima

Os dias não tem sido nada fáceis em nossa Pindorama: caminhoneiros, políticos corruptos, período pré-eleitoral e outras tantas lambanças vem afetando a já difícil existência dos brazuca.

Um conhecido mandou uma mensagem oferecendo uma camisa da seleção brasileira, por um preço ‘bem camarada’. Questionei o porque dessa inusitada mensagem  ele me respondeu que ‘ao menos temos a copa do mundo para relaxar a cabeça…” - Copa?? Nem me toquei que tem esse troço no mês que vem, talvez porque não assisto futebol, talvez porque não me importo mesmo com a seleção (juro que não faço ideia quem joga no time). Mas fiquei pensando na frase “relaxar a cabeça”.

Nestes dias de convulsão nacional e alienação esportiva que estamos passando, a frase ‘relaxar a cabeça’ me transporta a outros pensamentos, bem diferentes da maioria: aldeia indígena; huni; cantoria; fogueira; cheiro da floresta.

terça-feira, 22 de maio de 2018

ASHANINKA DO AMÔNIA: A LUTA CONTINUA...

EM FAVOR DE MADEIREIROS, O MINISTRO ALEXANDRE DE MORAIS (STF) RECEBE RECURSO INCABÍVEL CONTRA OS ÍNDIOS ASHANINKA*
Dr Antonio Rodrigo Machado*


A Terra Indígena Kampa do Rio Amônia foi reconhecida em 1985 como pertencente ao *Povo Ashaninka*. Os primeiros relatos dos portugueses sobre os Ashaninkas são do século XVI, feito por Jesuítas, mantendo até hoje uma forte resistência sociocultural, apesar dos intensos ataques de madeireiros na região.

Durante a década de 80, de acordo com *ação judicial interposta pelo MPF*, a família MARMUDE CAMELI foi responsável por quilômetros de desmatamento na região da Terra Indígena, resultando em benefício de *milhões de dólares em madeira nobre, além de levar diversas doenças aos índios*.

Em ação ajuizada pelo Ministério Público Federal, a família foi condenada em primeira instância (Justiça Federal do Acre), em segunda instância (Tribunal Regional da 1ª Região em Brasília) e no Superior Tribunal de Justiça.

Como o recurso destinado ao STF não foi recebido na segunda instância, o processo terminaria com a decisão do STJ, mas uma manobra jurídica, excepcional e não aceita pela jurisprudência, fez com que o processo fosse ao Supremo Tribunal Federal. Um recurso extraordinário interposto contra a decisão do STJ foi recebido pela própria Corte.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

“AGORA FALA DE UM JEITO QUE EU ENTENDA“: sobre alguns entraves de comunicação para além da língua

Por: Raial Orotu Puri

Bikatani, Madijá!
Itaikiri, Ashenika!
Shara men, Shanenawa!
Shaba unanumamen, Huni Kui!
Bêsuê, Marubo!

Começo este texto com alguns dos termos que tenho aprendido aqui por estas paragens, e que servem como saudação ou quebra-gelo no início de uma conversa. Cabe, no entanto, observar que corro o risco de que alguns estarem grafados incorretamente (e peço desculpas aos leitores por isso!), assim como também é evidente que a simples utilização destas palavras seja suficiente para entabular um diálogo efetivo.

Esta reflexão, portanto, pretende falar sobre conversa, diálogo, compreensão, e, é claro, seus contrários, e também sobre alguns cuidados que me parecem necessários àqueles que acabam de chegar quando precisam estabelecer uma interação respeitosa com os outros.