“uma serpente rasteja por toda a América. Há muito a enrodilha em seu abraço. E não é a Jiboia Yube, na língua Hãtxa Kuin “língua verdadeira” dos Huni Kuin, não, ela não esteve nas águas profundas com kenewma e kenewsi, não emplumou seu ser com Quetzalcóalt, nem irmanou estrelas na amplidão pampeana como as rubras chamas de boitatá.
Esta Serpente não é daqui, vem de além, de outras lonjuras. Chegou nestas paragens quando era a terra sem amo, sem América, imensa, rica e vegetal.”
O texto acima
é parte da introdução de um interessante livro que estive lendo estes dias em
que a falta de ar, fantasma que me assombra todos os anos nesta época, voltou
para lembrar-me o quão ligado meu organismo está em relação ao clima amazônico.
Sempre
acreditei que cada livro ou texto que lemos nos acrescenta algo, como uma
espécie de “milhagem” de conhecimentos e conteúdos, que associados a outras
fontes de informação e aprendizagem durante nossa vida, nos possibilitam uma
leitura de contexto e de realidade mais completa e ampla, nos colocando em
perspectiva.