“uma serpente rasteja por toda a América. Há muito a enrodilha em seu abraço. E não é a Jiboia Yube, na língua Hãtxa Kuin “língua verdadeira” dos Huni Kuin, não, ela não esteve nas águas profundas com kenewma e kenewsi, não emplumou seu ser com Quetzalcóalt, nem irmanou estrelas na amplidão pampeana como as rubras chamas de boitatá.
Esta Serpente não é daqui, vem de além, de outras lonjuras. Chegou nestas paragens quando era a terra sem amo, sem América, imensa, rica e vegetal.”
O texto acima
é parte da introdução de um interessante livro que estive lendo estes dias em
que a falta de ar, fantasma que me assombra todos os anos nesta época, voltou
para lembrar-me o quão ligado meu organismo está em relação ao clima amazônico.
Sempre
acreditei que cada livro ou texto que lemos nos acrescenta algo, como uma
espécie de “milhagem” de conhecimentos e conteúdos, que associados a outras
fontes de informação e aprendizagem durante nossa vida, nos possibilitam uma
leitura de contexto e de realidade mais completa e ampla, nos colocando em
perspectiva.
É o caso do livro “IIRSA – A Serpente do Capital”, adaptação da Tese de Mestrado do sociólogo Daniel Iberê Mbyá-Guarani, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Obra de onde retirei o trecho que principia o restante desta minha crônica da semana, que foi motivada em grande parte pela notícia que li nas mídias que o corpo da ativista e pescadora Nilce de Souza Magalhães foi encontrado no fundo de um lago após cinco meses do seu desparecimento. O corpo estava com as mãos e braços amarrados (clique Aqui).
A “Nicinha”
(como era chamada) militava no grupo Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB). Ela foi uma das dezenas de mães de família que foram diretamente
afetadas e perderam suas terras após a construção da usina hidrelétrica de
Jirau, em Rondônia. Era filha de seringueiros e morava num acampamento de
pescadores, pois não conseguiu ser assentada em um novo local.
Essa notícia,
aliada a outras envolvendo a morte de indígenas em sua luta pela terra, me
deixou com a mente remoendo pensamentos, o que afastou Morfeu da minha
cabeceira, deixando-me insone e “colando”, mentalmente, diferentes mosaicos de
referências e observações que ando fazendo ao longo dos últimos dez anos. Elucubrações
estas bastante sombrias, e que me fizeram optar por este tema menos colorido e vibrante
nesta semana.
O start para essas elucubrações foi a
união da ótica sagaz da obra de Iberê, que nos
Mas que raios isso tudo tem a ver com
o indigenismo?
Bem, se você
vive na Amazônia e tem contato com a floresta e seus povos – sejam indígenas,
ribeirinhos ou extrativistas – repondo: tem tudo a ver!
E vou além:
isso tudo é pertinente mesmo para você, que não é um indigenista ou não tem
contato com estes povos, mas é uma pessoa que busca estar esclarecida em
relação ao meio ambiente e a sociedade onde vive.
Vamos lá...
Nos últimos
anos temos visto a profusão de projetos de desenvolvimento econômico que, em
suas justificativas, pregam a melhoria das condições econômicas e sociais como
resultante destes investimentos, onde o mote é “alcançar novos mercados,
expandir investimentos, propiciar maior interação entre países”. O que chama a
atenção é para onde a bússola desse desenvolvimento todo aponta e o que tem em
seu caminho.
Para os que
planejam, trata-se somente de um traçado no mapa, ou um ponto num croqui
descolorido ou ainda uma maquete virtual num fundo azul ou verde. Mas estes
traços, ou riscos ou maquetes incidirão e transformarão biomas, e dentro destes
biomas, além das riquezas naturais existem povos que há muito lá habitam e que
sofrerão direta ou indiretamente o impacto destes empreendimentos.
A tal da
“Serpente” então se apresenta. Em sua testa reluz a palavra “integração”.
Palavra de duplo sentido que tanto significa unir quanto significa “morte
cultural”. Mas esse não é seu nome.
Sua cantilena
encanta e seduz, tornando sua sibila agradável aos ouvidos, convencendo de seus
ideais e princípios e nos deixando suas crias: projetos de integração e
desenvolvimento.
Com isso, nós
que ficamos aqui, sentados à beira dos rios, respirando esse ar amazônico somos
informados de necessidades que não sabíamos que tínhamos. De planos de futuro
que não havíamos planejado.
Dos ventos
que nos chegam, vem notícias dos “projetos” que nos impulsionarão de tal
maneira que chegaremos “lá”. Lugar desconhecido e sobre o qual as referências que
nos chegam de outras regiões que “quase estão lá” não são nada boas.
E assim somos
apresentados ao “programa” através de lindas fotos e folders por especialistas
e técnicos bem arrumados, saudáveis e bem pagos que nos mostram o quão
imperfeito é nosso viver atual, que o progresso nos arrebatará com suas
benesses e que finalmente os “avanços da civilização” transformarão nossa sociedade.
Dizem-nos que tudo ocorrerá bem e todos sairão ganhando. Se precisar mudam-se
leis, mas não se mudam os programas. E assim somos conduzidos extasiados para
este “sonho que virará realidade”.
Infelizmente,
implantado o projeto, as crias desta serpente se revelam assustadoras, ferozes
e com uma avidez digna de uma manticora. E assim as pessoas deixam de serem
pessoas e viram números. Os biomas transformam-se em meros desafios naturais a
serem vencidos. Os problemas advindos de sua implantação tornam-se “efeitos
colaterais necessários”. Os males sociais, ambientais e culturais advindos
tornam-se “danos a serem mitigados”. Os acidentes e desastres que acontecem
tornam-se “fatalidades” que servem no protocolo de contenção de danos.
Olhe, veja o
que vem ocorrendo. Faça uma busca rápida em seu navegador busque por palavras
ou nomes como: Belo Monte, Hidrelétrica de Jirau, Samarco, Transgênico, Guarani-Kaiowa,
PEC-215, PEC65/2012.
Você terá uma
desagradável surpresa, mas, ao menos desnudará a alma desta serpente.
Infelizmente,
as “milhagens” de minhas leituras e a experiência de vida profissional e social
não são assim tão amplas que me permitam bater asas tão longe ou enxergar como
o Boitatá. Assim, restrinjo ainda mais a minha perspectiva, trazendo-a para a
terra de Galvez e suas adjacências nacionais e internacionais. Afinal, a
bússola demorou, mas voltou a apontar para esta direção.
Há alguns
anos prega-se ao vento e aos ouvidos da maralha acreana que é necessário
“integrar-se” com o mundo econômico moderno e mundial, e assim já há muito
tempo, alguns projetos e programas vem sendo insistentemente inseridos no rol
de anseios que se tornam verdadeiras bandeiras de luta política.
Posso
livremente citar algumas destas “bandeiras”.
Temos o
anseio de ver brotar de nosso argiloso solo o tão cobiçado veneno negro
(conhecido como petróleo) ou ainda, o sopro do tártaro (gás natural) que
magicamente transformará nosso combalido e verde estado numa verdadeira Arábia
de riquezas, poder e facilidades. Digo Arábia porque, como sabemos pelas notícias
atuais, a Cidade Maravilhosa continua linda, mas teve que ir ao guichê para
receber seu salário-desemprego.
O anseio encontra-se
embargado pela justiça federal, devido a problemas no licenciamento, provando
estar errada a especialista que tão prepotentemente discursou para as
autoridades acreanas e que ao se referir às normas ambientais das áreas de
proteção - como as Terras Indígenas - troçou: se a gente obedecesse a distancia de dez quilômetros aqui e dez ali, o
que sobraria pra gente né?
Né não, cara
pálida!
E o que dizer
do alvoroço sobre o projeto de uma ferrovia que igual a um verme enorme e
arrogante, pretende emergir das catacumbas mentais de seus idealizadores para
singrar uma região pouco explorada e conhecida como a Amazônia, estendendo-se,
em seu desvario de maneira a unir com pregas de aço o Aquiry do Alto Acre ao
Alto Juruá, terminando em sua trajetória errática e ambientalmente venenosa na
intersecção Brasil-Peru, representada pela província de Ucayali e o isolado
município de Marechal Thaumaturgo?
Foto: Ion David |
E o desejo do
tão famigerado “agronegócio” de ver acrescido aos enormes pastos do Alto Acre a
tão afamada planta que simboliza e ostenta a coroa a qual está gravada em ouro
a letra “T” que tanta controvérsia e receio traz ao nosso cardápio alimentar?
Não sou
contra os projetos de desenvolvimento econômico ou social, sejam eles quais forem.
Tenho ressalvas de como estes projetos são implantados e as consequências dos
mesmos sobre algo que, no meu entender é fundamental para algo maior que o
simples enriquecimento nacional ou local: o meio ambiente e seus habitantes
tradicionais.
Os exemplos
que temos logo aqui em nossas fronteiras são terríveis. Infelizmente a cultura
da leitura informativa e educativa em nosso país e mais ainda em rincões como
nossa região ainda é algo muito precária, o que faz com que notícias como o que
vem ocorrendo na região de mineração em Madre de Dios, no Peru, ou os
vazamentos de óleo no Equador, não cheguem aos olhos e ouvidos de todos tão
abertamente.
Olhemos mais
perto ainda e lembremo-nos de mais uma preocupação inserida no cabide, tantas
outras que temos no Acre e que nos assombra mais que a Matinta Pereira: o
isolamento e desabastecimento por causa das enchentes do rio Madeira.
Precisa falar
mais, cara pálida?
Agora
juntemos a tudo isso a questão dos povos tradicionais que habitam nossas
florestas e sofreriam diretamente o impacto destes projetos. Temos
extrativistas, ribeirinhos e indígenas que convivem (em sua expressiva maioria)
intimamente ligados ao meio em que vivem, mantendo (em menor ou maior grau)
singularidades culturais e sociais que precisam ser valorizadas e preservadas,
pois são partes de nossa própria identidade cultural e o elo de nossa ligação
com a natureza que tão zelosamente nos trouxe até a existência atual.
No Acre temos
cerca de quatorze povos contatados e uma quantidade de outros que ainda
perambulam livremente (mas sob risco) pelas regiões inexploradas de nossas
florestas, principalmente na bacia do Juruá. Cito que esta semana recebi um
informe sobre um grupo de indígenas Huni Kuin do Jordão que toparam com um
grupo de “brabos” no extremo de sua Terra Indígena.
É pouco ainda,
cara pálida?
E o bioma
onde vivemos, com florestas ainda inexploradas, ricas em espécies da fauna e
flora amazônica? É comum lermos relatos sobre novas espécies descobertas (isso
para o nawa). E o potencial medicinal
destas variedades de plantas que temos?
Para nos
maravilharmos com este pedaço de céu - sem ter que ver programas de TV
pasteurizados, estrelados por jecas vestidos de Indiana Jones ou que se mostram
falsamente emocionados sempre que veem algum bicho do mato – basta folhearmos obras como a Enciclopédia da
Floresta (clique aqui).
Foto: Ion David |
Faço um
contraponto direcionado a mim mesmo. Dou-me o poder do contraditório e
questiono-me: mas então devemos manter
intocado toda essa potencialidade? Não devemos pensar em projetos de
desenvolvimento? As populações das cidades, aldeias e vilas não podem ser
beneficiadas por projetos? Quer dizer que tudo é pernicioso e perigoso?
Não! Mas há
de se garantir ferramentas e espaços para que os projetos possam ser
devidamente apresentados e discutidos, de forma transparente e dando a todos o
poder de se expressarem a respeito. É o tão chamado e escorraçado “amplo direito
de consulta”, continuamente desrespeitado ou camuflado. Há de se garantir
rigores e controle da lei sobre os projetos. Há de garantir que se respeitem as
manifestações técnicas contrárias ao projeto. Há de...
Assim, vejo
que não há experiência e segurança para tais empreendimentos sem ferir os
direitos e princípios básicos não só das populações da floresta como também dos
citadinos. Não dá pra confiar quando vemos leis serem mudadas para facilitar
este ou aquele empreendimento que claramente beneficiam poucos em detrimento de
muitos.
No entanto,
muitas iniciativas já se encontram em andamento e claramente trazem desafios
para os povos tradicionais, entre estes os indígenas, constantemente acusados
de “atrasar o progresso”. E o que fazer?
A militância
e atuação indigenista acreana também foram impelidas a se atualizar, pois já
não davam conta, nos tempos atuais, dos desafios e lutas que se apresentam.
Afinal, as “crias” da serpente estão aí se enrolando e apertando gradualmente
algo bem mais amplo que as terras indígenas.
O foco agora
é o acesso à informação e a afirmação dos direitos coletivos destes povos em
opinar sobre estes projetos, fazendo valer seus direitos originários e
adquiridos.
Assim, vemos
crescer as iniciativas que buscam discutir e refletir sobre os desafios
enfrentados pelas populações indígenas em face dos projetos econômicos, políticos
e sociais que se avizinham no horizonte. Estas iniciativas partem de
organizações indigenistas e indígenas através de espaços de conversa, formação
e construção de estratégias de ação em diferentes âmbitos de atuação das
lideranças indígenas e de indigenistas.
Um exemplo
destas iniciativas é a realização de oficinas para discussão e formação de
lideranças indígenas sob a luz da Convenção 169 da OIT como a que estará sendo
realizada nesta semana em Rio Branco. Atividade promovida pela Organização dos
Professores Indígenas do Acre (OPIAC) e pela Associação do Movimento dos
Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC).
Outras
iniciativas também são dignas de nota como o “Curso de Formação em Direito Para
Lideranças Indígenas”, iniciado neste mês de junho e que é ofertado pela
Federação dos Povos Huni Kuin do Acre (FEPHAC); as ações do Grupo de Trabalho
para Proteção Transfronteiriça Brasil-Peru (GTT) que envolve organizações
indígenas e indigenistas do Acre e do Peru e; as ações desenvolvidas pela
Associação APIWTXA, do Povo Ashaninka, na fronteira entre Brasil e Peru (clique
aqui).
Foto: Ion David |
Claro que as
ações de indigenistas e parceiros que visitam as terras indígenas, assessoram
os projetos e participam das discussões junto às comunidades continuam. Nas
rodas de rapé, após as sessões de huni,
nos momentos das refeições e nas reuniões os assuntos são discutidos e os
planejamentos são feitos. Afinal, entre as principais armas da “Serpente” estão
a desinformação e a desorganização.
Além destes
indigenistas temos o imenso esforço de lideranças indígenas pelo Brasil todo.
São lideranças “inominadas” às quais só conhecemos através de imagens das
ocupações de fazendas; dos acampamentos em frente à esplanada dos ministérios
em Brasília; das sessões sombrias e polêmicas do Congresso Nacional; dos braços
dados em protesto nas rodovias federais, etc. Corpos pintados e encimados de
plumas coloridas, armados de arcos e flechas e munidos de discursos que
geralmente são recebidos por paredes humanas protegidas com escudos, armadas
com gás e munidas de muita indiferença e intolerância.
Respiro fundo
e tento conter o mal estar. Afinal, como bem disse Sartre: “não sou obrigado a escolher, a minha liberdade está na chance de poder
escolher”.
O telefone
toca e do outro lado da linha uma querida voz me informa sobre as recentes
articulações das lideranças indígenas e indigenistas que estão se mobilizando
contra ardis vis dos que querem tirar do Acre Indígena algo conquistado à custa
de muito suor e sangue: a autonomia dos povos da floresta em decidir que
caminhos querem seguir e quem os representa nesta caminhada.
Daniel Iberê |
Também me deu
a feliz notícia sobre tratativas que estão sendo realizadas para que seja
retomada, com força total, a União dos Povos da Floresta, movimento que tanto
fez na proteção e conquista de direitos de indígenas, ribeirinhos,
extrativistas, pescadores, etc. Quando as primeiras crias do inominado ofídio
começaram a chegar nestas terras, atiçando o fogo, desterrando e trazendo a
morte para muitos destes povos nos anos 80.
Olho
novamente a foto da Nicinha, que me fita com olhos tristes mas resolutos e
conscientes das lutas que travaria e de onde isso poderia levá-la. Penso em sua história, tranquila em sua terra, com sua família e afazeres, até que um belo dia decidiram que ela deveria sair de sua terra, dando lugar ao "progresso". E assim, desterrada pela Hidrelétrica de Jirau lutou e tombou, mas sua mensagem perdura e a perda de sua vida, com certeza, não terá sido em vã. Seu nome será lembrado e sua memória honrada, ao contrário daqueles que, iludidos pela cantilena da Serpente, trouxeram o choro onde antes haviam sorrisos.
Fito com mais veemência o olhar de Nicinha e lembro de ter visto este mesmo olhar tantas outras vezes no passado e me faço a mesma pergunta que o poeta fez em sua canção: Quantas orelhas um homem precisará ter antes que ele possa ouvir as pessoas chorarem? Sim, e quantas mortes ele causará até saber que pessoas demais morreram?*
Fito com mais veemência o olhar de Nicinha e lembro de ter visto este mesmo olhar tantas outras vezes no passado e me faço a mesma pergunta que o poeta fez em sua canção: Quantas orelhas um homem precisará ter antes que ele possa ouvir as pessoas chorarem? Sim, e quantas mortes ele causará até saber que pessoas demais morreram?*
Pois é, amigo
Iberê. Boa sacada a do teu livro. E te digo uma coisa: A Serpente não nos
vencerá!
Boa semana a
tod@s!
Jairo Lima
* Música: Blowin’In
The Wind – Bob Dylan
Jairo o texto dessa semana nos remete a um assunto que deve ser discutido com muita seriedade. Você está corretíssimo, eu também não sou contra ao desenvolvimento econômico ou social ,mas temos que ter cautela. Pois muitas lágrimas já foram derramadas e muitas outras seram .Concordo com você que é preciso garantir ferramentas e espaços para discutir esses projetos e a palavra chave seria transparência .Obrigada por essa contribuição tão importante,uma ótima semana...
ResponderExcluirAgradeço pela consideração e fico feliz de ver você uma assídua leitora do blog.
ResponderExcluirProcuro mostrar meu ponto de vista sobre o que vejo e reflito e saber que essa visão faz diferença ou contribuí com algo, realmente me deixa feliz.
Maravilha Jairo, tantas mortes por devender somente o seu lugar e da queles q fazem parte desse cenário os animais e a mata. Que bom que temos pessoas como você que não usa arma, mas a escrita para alertamos dos "homicídios a nossa mata e seus moradores. Matam para roubarem o encanto da floresta.
ResponderExcluirGrato colega, fico feliz quando vejo seus comentários. A gente procura lutar com todas as armas que temos. Eu acredito no poder das palavras e nas mensagens.
ResponderExcluirFiquei um tempinho relutante em manifestar opinião sobre o assunto, porque acompanhei muito de perto as pesquisas e estudos do Iberê e, claro, fiquei emocionalmente envolvida com o tema (como não ficar?...). Por isso, resolvi registrar minha alegria pelo teu texto, Jairo, aliás, preciso dizer que estou na roda dessas prosas todas, porque tenho sido tua leitora assídua (mesmo exercendo apenas o direito de ouvinte, de escutadora, de leitora que precisa se manter quieta por um tempo) tenho lido todos os textos desse blog. Então hoje eu aproveito para dizer que sou contra esse "desenvolvimento" tão falado e propagado, sou absolutamente contra esse modelo de desenvolvimento que está à serviço da manutenção das riquezas e alegrias de poucos, às custas das tristezas e sofrimentos de tantas gentes, às custas de perdas e danos ambientais irreparáveis, às custas da falta de perspectivas de tantos e tantas que continuarão por aqui nesse mundinho, mesmo depois que nenhum de nós estiver por aqui. Esse "progresso" não nos serve, não significa Bem Viver, liberdade, autonomia de escolha para nosotros. Mas meus sonhos ainda não adormeceram. Estou atenta e disposta a engrossar o caldo daqueles/daquelas que insistem em remar contra essa maré. Sigamos, pois. Abraço grande dessas terra baixas que não param de arder com fogo, desses ares que nos intoxicam com fumaça, dessas águas que minguam e minguam sem árvores e florestas que as sustentem. Ah! Mas ainda é tempo...
ResponderExcluirMuitíssimo grato pelas palavras e considerações, querida amiga Eurilinda.
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