Cocar Bororo |
Por: Jairo Lima
Realmente o Acre não é para os desavisados. Principalmente o Acre indígena.
Nesta semana veio a público uma matéria envolvendo a prisão de um indígena, na cidade de Feijó. Prisão esta que desencadeou manifestações de todos os tipos: das sensatas aos mais estapafúrdias possíveis. É o assunto do momento no palco virtual das emoções, onde todos tem sempre uma opinião, geralmente desprovida de mais conteúdo do que “eu acho que”.
Durante a semana, enquanto voava sopapos de todos os lados, como crianças brincando de ‘guerra’, jogando bolotas de lama enquanto escondem-se atrás da cerca, um amigo, a quem prezo muito questionou-me porque ainda não manifestei minha opinião sobre o caso todo. Bem… acontece que não posso ainda expressar minha opinião sobre isso, pois, por questões de ética profissional, não poderei me manifestar até o término das apurações - para quem não sabe, o indigenismo, além de um caminho escolhido há muito tempo, também é minha ocupação profissional. Na verdade, até fico feliz desta restrição, pois, tenho como princípio esperar a comida esfriar um pouco antes de comê-la, a fim de que não passe mal depois.