Por: Txai Antônio Macedo
O marinheiro...
De meus 14 aos 17 anos de idade passei trabalhando como marinheiro nas embarcações da Empresa Leal Maia & CIA na cidade de Tarauacá. Era um tipo de embarcação conhecido na região como ‘batelão’, que pode chegar até vinte toneladas, como era o caso dos batelões: Ramos, Asa Branca e Canoa Muru. Havia também as ‘lanchas’ (barcos de grande porte), que iam de quarenta e cinco até sessenta toneladas, como as lanchas Jaminawá (45 toneladas) e Rio Tauarí (60 toneladas). O trabalho consistia em subir e descer os rios e igarapés, percorrendo varadouros e varações. Nossa missão era abastecer cem seringais pertencentes à Empresa Leal Maia & CIA LTDA e muitos outros que tinham sua produção financiada por esta empresa. Era nossa missão: escoar a produção recebida dos seringais, transportando-a para a cidade de Tarauacá, de onde seguiria para Manaus e Belém.
Era uma missão espinhosa, cheia de dificuldades. Nós, por pura responsabilidade adquirida de berço, tínhamos que tomar conta e dar conta, sempre da melhor forma possível, mesmo que fosse trabalhando só mesmo na fé e na coragem, como se poderá observar no conjunto dos fortes e episódios que narrarei em seguida.