Por: Raial Orotu Puri
Para que a leitura deste texto flua, será
necessário fazermos um pequeno pacto de aceitação mútua: você provavelmente não
vai gostar de lê-lo, tanto quanto eu não gosto de ter de escrevê-lo. Vamos então
encará-lo como um mal necessário. No fim – pelo menos espero – o meu e o seu
esforço valerão a pena.
Vale dizer que relutei por cerca de meio ano
em tocar mais diretamente neste tema, e se o faço agora, é por sua recorrência, que me informa o
quanto urge falar dele. Sim, há fatos a respeito dos quais precisamos ficar
silentes, mas há outros que precisam ser abordados, para podermos ser capazes
de ultrapassá-los. Este é um deles.
Qual é esse tema? Violência. Mas não
violência de qualquer tipo, nem perpetrada contra qualquer pessoa. Preciso
falar sobre um tipo de violência específica, praticado contra pessoas
específicas. E, por óbvio, nada de violência gratuita aqui, já que o preço
imenso dela, nós o temos pagado há séculos. E sim, pode ser que doa em você. E sinceramente,
eu até espero que doa. Mas não se desespere: Você verá que não está sozinho nisso!
Tenho lido sobre alguns experimentos sociais que
demonstram que quando as vítimas da violência são personificadas, com nome,
rosto e um pouco de história, a identificação e a empatia têm mais chance de
brotar. É o que pretendo. Portanto, sim, será pessoal. Tanto para mim quanto
para você...