Huni Kuin - foto: acervo CPI-AC |
Por: Dedê Maia
E os textos do meu amigo Jairo Lima - como sempre
pérolas, não só pelos temas relevantes que ele nos trás, mas também pela forma peculiar
que apresenta seus yumakin (recado
para longe) - Instigam o meu “pensamentar”!
Esse tema do “Sagrado Indígena” que ele recentemente
expôs tão brilhantemente com suas considerações, levantando questões
relevantes, nos convida a uma boa reflexão nesse “tempo da cultura indígena”.
Assunto bastante polêmico, eu sei! Com certeza incomoda muitas
pessoas, e por vezes provoca sentimentos raivosos. Mas, fazer o que? Não dá
para esconder minhas convicções nesse ponto da minha estrada. Não dá para
guardar minhas indagações e observações, sobre pena de ficar mal comigo mesmo,
e me perder em caminhos que não me levarão a lugar nenhum. Essa não é a minha escolha.
“A coisa mais
bonita que temos dentro de nós mesmos é a dignidade. Mesmo se essa dignidade
anda bem maltratada... Mas, bonito mesmo é florir no meio das dificuldades...!!!”
- Assim lembra minha amiga Eliane
Potiguara em um de seus belos poemas.
Não ando a cata de votos ou “curtidas”. Minha mensagem
vai para quem tiver a fim de ouvir. Ou melhor, de ler, refletir, responder, e
até discordar. Afinal não sou dona de verdades. Apenas compartilho minhas
reflexões, meu ponto de vista com aqueles que bem receberem, mas não
necessariamente, quem as ler precisam concordar.
A princípio comecei a escrever um simples comentário
sobre o texto do Jairo. Ao final virou um textão de tanto que ele me fez
pensar.
Mas, vamos lá! Seguindo essa “trilha” aberta por esse
amigo, com tantos assuntos importantes levantadas por ele nesse caminho, e que
me fizeram “pensamentar” tantas coisas!
Sagrado
Indígena – Mercantilismo, Pirataria, ou Valorização?
Tem o “comercio da cultura” desses povos, onde poucos
indígenas conseguem eles mesmos administrar seus próprios negócios, daí o
atravessador, o marreteiro* da cultura indígena entrar em ação. E quando falo
“marreteiro” é por que a atitude de alguns desses personagens é igual, pois vendem
a cultura indígena, sejam os cantos, as medicinas, como se estivessem vendendo
sabão, sal, açúcar pelos barrancos dos rios. Infelizmente tive a oportunidade
de presenciar recentemente a atuação de um desses personagens. Triste!
Tem a pirataria praticada, em sua maior parte, por esses
ditos atravessadores. Alguns usam designações mais sofisticadas contemporaneamente
como, por exemplo, “produtores”. Para mim, o termo “picaretas de Platão” seria mais
apropriado.
E tem a galera que trabalha na valorização dessas
culturas de forma séria e comprometida com o povo como um todo, embora que
encontramos entre esses, também os que acreditam, equivocadamente, que
valorizar a cultura indígena é se “fantasiar“ de índio. Peço desculpas pelo
termo, mas não encontrei outro no momento que exprima o sentimento que brota
quando vejo um nawá (não-índio) todo
paramentado com esses “sagrados” dos Povos Originários.
Reunião no Jordão - Foto: Maria Inês |
Não me refiro nessa observação ao uso dos SãpuTari dos Huni Kui, ou às Kusmas dos Ashaninka. Acho bem
interessante abrir esse mercado das vestimentas indígenas, como roupas
quentinhas e lindas, especialmente entre os países frios, feitas em tear
manual, com puro algodão, plantado e fiado pelas próprias artesãs! Maravilha!
Eu mesmo tenho algumas mantas tecidas por essas artesãs e que me aquecem em
noites frias.
Refiro-me especificamente aos adornos indígenas. Sabe
aqueles cocares enormes? Pois é... Alguns são tão grandes, mas tão grandes que
o rosto da criatura parece apenas como um ponto (pouco iluminado) entre um mundo
de penas.. Sempre que vejo isso fico a imaginar quantos yuxin de aves a
criatura tem na cabeça!
Que se cuidem, como disse minha amiga Andreia Raial Puri:
“um dia esses Yuxin ainda vêm atrás da
prestação de contas de suas penas sagradas!” Pois é... ave também é sagrada!
E suas penas não podem ser usadas de forma tão distraída, muitas vezes somente
para ficar “bonito na foto” e garantir o status de “Txai dos índios”.
Mais que uma crítica, eu tenho curiosidade em saber o que
essas pessoas pensam (ou sentem) quando se “fantasiam” de índio, com todas aquelas
penas de diferentes aves na cabeça.
Sei que cada um tem o direito de assim se apresentar, no
entanto tenho minha posição inteiramente contrária com relação quanto ao uso
indiscriminado e a comercialização das penas das aves, como também acho isso,
em determinadas situações que presenciei, algo um tanto quanto bizarro.
Mas tirando o foco do bizarro, destas pessoas que usam
essas “identidades indígenas” para valorizar o seu passe no contexto xamãnico, ou
para posar de defensores da natureza, da biodiversidade, e do ”sagrado
florestano” percebo - e posso estar inteiramente equivocada – que há um outro
público, que também faz uso desses adornos culturais indígenas, pessoas de bom
coração, que chegam carentes de uma identidade cultural e espiritual sem
tamanho. Carência esta que se agiganta nesse caos que hoje vive a humanidade
onde não se têm, ou não se deixa muito claro a origem de sua sua cultura e,
assim, incorporam elementos da cultura indígena à sua identidade, mesmo sem
saber muito também sobre essas culturas. Percebo isso através de suas
postagens, fotos publicadas e comentários nas redes sociais. E como idolatram
nossos txais!!!
Alguns txais indígenas - e já presenciei isso – ficam até
assustados sem entender muito bem esse comportamento de reverência exacerbada
de alguns nawa.
Presenciei recentemente no Rio de Janeiro um episódio que
ilustra bem o que estou falando.
Hushahu e Putãni Yawanawá - Foto: Tashka Yawanawá |
Eu estava participando de um evento com a presença da
minha amiga Ozélia Sales Huni Kui, vinda do rio Jordão (Acre), e num dado
momento, quando estávamos a sós, conversando sobre suas impressões da viagem, aproximou-se
uma jovem senhora e se ajoelhou aos pés de Ozelia, e de repente começou a
beijar as suas mãos dizendo: gratidão...gratidão...gratidão...!!!
Minha amiga, falante da língua indígena e que fala e entende
pouco o português, olhou para mim admirada, mas sempre muito educada, apenas
sorriu para a senhora que saiu parecendo estar em estado de graça. Nisso, Ozélia
me perguntou o que tinha ocorrido, demonstrando que não tinha entendido nadica
daquela situação: Dedê o que foi que ela
disse? Por que ela se ajoelhou nos pés? Porque eu já vi os brancos se
ajoelhando foi só na igreja...” - E deu uma gaitada (risada) daquelas bem
gostosas, e eu junto com ela. Tentei explicar a ela um pouco do meu ponto de
vista sobre esse comportamento entre alguns nawá.
Essa situação e outras semelhantes, me reportam a década de
70...80... quando presenciei a corrida de gerações rumo à Índia, e logo o
surgimento de muitos gurus.
Hoje a corrida é rumo aos “txais” e “txaias” da
floresta amazônica, mais especificamente aqui no Acre! Os novos gurus do século
XXI!
Por um lado é gratificante, sobre tudo para mim, como
indigenista que sempre trabalhei em prol da valorização das culturas indígenas,
ver esse reconhecimento e reverência a essas sabedorias.
Eu mesmo tenho cá os meus “gurus txai”! Cito alguns
deles: Ailton Krenak, Davi Yanomãmi, Benki Piyãko Ashaninka, Isaak Piyãko
Ashaninka, Joaquim Maná Huni Kui, Hushahu Yawanawá, Putãni Yawanawá, Ozelia
Sales Huni Kui, Erondina Sales Huni Kui... E outros e outras! Que bom ver esses
olhares em direção a essas sabedorias! Que bom ver esses olhares deitados no
chão dessa nossa floresta de muitas jóias, como costumo dizer!
Infelizmente nem todos os olhares estão em busca de
sabedoria enquanto alimento para seguirmos na construção de um mundo melhor,
mais justo, mais respeitoso com suas diferenças e com a biodiversidade da
floresta... Do planeta! Infelizmente, esses, os olhos vêm à floresta como uma
mina de ouro.
E por que esse fenômeno, com maior fluxo de visitantes,
exatamente no Acre? Boa pergunta meu amigo Jairo Lima! Poderia desfiar uma
serie de razões possíveis. Mas fico por aqui apenas com algumas indagações.
Por que especificamente entre os Huni Kui do rio Jordão e
agora mais recentemente, Huni Kui do Humaitá, os Ashaninka do rio Amônia, os
Nokê Kui da BR 364, e os Yawanawá? Sendo que temos 15 Povos nessa região? Será
que esses outros povos nunca tiveram interesse em mostrar seus conhecimentos,
suas medicinas? Ou nunca tiveram oportunidades? Será que esse público, que anda
pela floresta, entre esses povos mencionados tem informações sobre a existência
dos outros povos que habitam por essas terras amazônicas acreanas? Será que
eles têm conhecimento de suas histórias, dos seus problemas, de suas lutas?
Será?
Nilson Tuwe preparando o huni - Foto: Acervo Tuwe |
Penso em outras questões maiores dos Povos Indígenas,
como a vida de luta e resistência dos parentes Guaranis, ou dos parentes Krenak
que perderam seu rio doce, e tantas outras questões que poderia citar.
Pergunto: será que também fazem parte de
seus interesses? Ou o foco é apenas naquele contato feito em algum ritual com
algum txai, no “pronto socorro espiritual da floresta”, nas medicinas? - Triste
constatar que muitos agem assim. Esses são os sanguessugas dos Índios.
Verdadeiros vampirinhos. Só tiram! Nada doam! Mas dizem que estão na busca de
sua ancestralidade e do crescimento espiritual. Não é muito louco isso?
A espiritualidade, a evolução do ser humano não se resume
só em rituais e/ou com as medicinas ancestrais dos Povos Originários! Pra
início de conversa. Esses devem servir de força para “resistirmos com criação esse mundo rombudo”, como diz meu amigo
querido Ailton Krenak.
Infelizmente, entre os bem intencionados é importante
dizer, e querendo de fato ajudar as comunidades que eles visitam e criam laços
de afeto e cumplicidades, também encontramos esses picaretas. Usurpadores de
conhecimentos, oportunistas da vez, e que de forma camuflada na “busca dos
sagrados da floresta para compartilhar com a humanidade doente”, tentam
esconder suas reais intenções, mas que são reveladas através de estímulos do “comercio”
sem fronteiras, em todos os sentidos. Passam por cima da dignidade, da ética e
do respeito pelo que eles mesmos denominam de “sagrado”.
Outro aspecto interessante que tenho observado, e que faz
parte do “tempo da cultura” e do “pacote” do Sagrado Indígena nesse contexto
xamãnico, realizado/vendido por esse mundão a fora é o batismo dos ocidentais,
que adotando os nomes próprios indígenas e os utilizam socialmente. Não só
nesse contexto! É bom lembrar. Tenho alguns amigos e colegas de profissão que
foram batizados durante já algum tempo atrás durante suas visitas a trabalho.
Segundo alguns deles entenderam como uma atitude de gratidão e estreitando
relações entre os parentes. É o Kena Kuin
(o nome verdadeiro).
Também entendo assim. Foi exatamente esse sentimento que
me passou Ramiro, pai de Vicente Sabóia, quando me batizou no ano de 1978,
quando pela primeira vez pisei nesse chão de tantas histórias! A mim foi dado o
nome da minha vó adotiva Inãni, mãe de Ramiro: Samê Inãni Bakê. Geralmente são
os nomes das avós, se for menina, dos avôs se for menino.
Noite no batelão - Foto: Ion David |
A partir daquele momento passei a ser filha adotiva de
Ramiro, irmã de Vicente, tia de Nilson Tuwe e seus irmãos e irmãs. Um
parentesco, do qual tenho muita honra, firmado no agradecimento, na amizade
sincera, na cumplicidade e nas alianças que perduram até os dias de hoje. Para
sempre!
Tradicionalmente os nomes são dados as crianças tão logo
nascem e até os dez anos de idade por ele é chamado. É nessa idade, segundo os
Huni Kui, que começa o entendimento da pessoa e tradicionalmente é realizado o Nixpu Pima (batismo), e nele é confirmado
o seu nome. Esse nome representa a pessoa que você é dentro do seu grupo social
e de parentesco, no entanto, após o batismo tem que ser guardado por todos, e
ninguém vai mais poder chamá-lo por esse nome, pois este passa a ser o seu segredo, a sua força.
A partir desse entendimento, ele será chamado pelo
parentesco do seu interlocutor, e assim também se dirigirá as pessoas do
grupo. O irmão mais novo se dirige ao
irmão mais velho, chamando-o de Hutin.
Se for menina vai lhe chamar de Shanu.
Se for um sobrinho vai lhe chamar de Kukã
e assim por diante.
O nome de batismo passa a ser uma identidade segredada, sagrada,
guardada para ser usada só em casos especiais, e/ou quando solicitados.
Predominantemente encontro nomes Huni Kui. Mas, não sei
até que ponto, os nawá, a maioria, entendem os significados de seus nomes dados
pelos txais, o que representam nesses universos, e que alianças e parentescos
se entrelaçam nesses batismos.
Ficam então aí algumas dicas para quem quiser refletir.
Os nossos txais precisam de apoio sim.
São muitos anos de massacres e violações dos seus saberes
e dos seus direitos. Muitas perdas importantes. Muitas lutas que permanecem. O
lixo ocidental chegou às aldeias. Muitos txais mergulharam fundo na corrida a
caça do “mapa do tesouro”. Money! Money! Money!
Não estou aqui fazendo apologia à pobreza, e ou me
colocando contra o fato de se ganhar grana, e ou batalharmos pelas condições de
vivermos com qualidade de vida e com mais dignidade. Não é o caso. Mas, se
queremos e afirmamos que queremos um mundo mais “sagrado” temos que começar a
limpar esse “lixo ocidental”, onde tudo faz, respira, cura (?) por grana.
Carece de muito pensamento, resistência e criação!
* Termo usado aqui na região do Acre para designar os
comerciantes de barranco que vendiam suas quinquilharias em um batelão (barco
grande) para ribeirinhos regionais e populações indígenas – Nota da autora.
Dede Maia é indigenista acreana. Sua trajetória de vida mescla-se com a história do indigenismo acreano. Junto com grandes indigenistas como os Txais Terri e Antonio Macêdo ajudou a construir o que hoje chamamos "a história do Acre Indígena" .
Mesmo desenvolvendo vários projetos diferentes em sua trajetória, sempre se destacou como incentivadora e apoiadora do processo de fortalecimento da cultura tradicional em sua expressão artística e material, sendo autora, co-autora ou participante de um-sem número de projetos voltados à esta frente indigenista.
Bom dia!
ResponderExcluirDede Maia muito grata por um texto tão esclarecedor. Vai doer nas feridas de algumas pessoas...rs. Mas é essencial falar verdades e você sabe muito bem do que esta falando. Com certeza suas palavras são importantes para nosso aprendizado, pra não sair por aí fazendo besteiras e bancando os picaretas, pois o que mais tem hoje em dia aqui no Acre é picareta chegando e saindo com riquezas nas mãos.
ô querida Flor que bom que temos essa "geringonça" maravilhosa que possibilita essa comunicação... E que bom que vc recebe nossa mensagem... Grata tb pelo seu carinho! Quanto as feridas... elas saram! as feridas expostas são mais fáceis de cuidá-las! Até por que a minha intenção não é abrir "feridas"...Uma noite linda pra vc!
ExcluirVerdade. Sempre aprendo muito aqui, até nos comentários.
ExcluirAs reflexões da Dedê são sempre profundas e carregadas de muita experiência.
ResponderExcluirComentário do Antropólogo José Pimenta, que retirei do post no Facebook, referente a este texto. Replico aqui por achar importante para os leitores do blog:
ResponderExcluirJosé Pimenta
José Pimenta Muito bom texto Dedê Maia Maia. Concordo com as suas reflexões. Nesse mundo no qual muitos pontos de referência se perderam, os índios continuam muitas vezes objetos de nossas fantasias ocidentais. Aliás, nada de muito novo. Desde a chegada dos europeus, sempre houve aqueles que viam os índios como "maus selvagens", quase animais, que deviam ser exterminados e outros que começaram a criar o "mito do bom selvagem". Sempre me incomodou essa idealização dos índios que na verdade é somente uma projeção das nossas fantasias, muitas vezes até inconscientemente. Ideias, por exemplo, que buscam nesses povos alternativas ao mundo ocidental, ao capitalismo, uma nova espiritualidade e por aí vai, sempre me pareceram muito exageradas. Embora seja até simpático a essas ideias e considere que esses povos tem muitas coisas para nos ensinar, é sempre preciso ter muito cuidado para não transformar esses povos em nosso espelho invertido; um espelho no qual a gente só enxerga o que a gente quer ver, o que a gente gostaria de ser e que não é. Eu certamente sou um antropólogo atípico, nunca me fantasiei de ashaninka, tomei kamarampi, mas nunca para aprimorar a minha "espiritualidade" ou seja lá o que for, nunca andei "pintado de índio". O máximo que usei foram colares e pulseiras que me foram dadas de presente. Também não tenho nada contra quem faz isso, mas não deixo de ser muito cético com alguns exageros e com uma certa idealização pueril dos índios. Aliás, esses povos e suas lideranças não são nada bobos ou infantis. Eles sabem que precisam ser ouvidos e a "ecologia" ou o "xamanismo", por exemplo, se tornaram hoje uma ferramenta política para esses povos dialogarem no campo interétnico e levar adiante seus projetos políticos. Isso leva a uma série de dimensões, positivas e negativas, que não posso desenvolver aqui. Há muitos que lamentam que os "índios estão virando brancos", outros que criticam o fato de "brancos quererem virar índios". No fundo, ao meu ver, o que importa é que a diversidade cultural de cada povo indígena seja respeitada pelo que ela é e que seus direitos, principalmente territoriais, sejam garantidos. O resto me parece sobretudo um problema de brancos que precisam aprender a se enxergar melhor no espelho!
Esse texto evoca uma voz de emergência. Uma boa reflexão é essa onde provoca o leitor a pensar, sempre a partir daquilo que se vive na lida dos encontros. Que bom termos essa via de comunicação, pra pensarmos juntxs.
ResponderExcluirEsse texto evoca uma voz de emergência. Uma boa reflexão é essa onde provoca o leitor a pensar, sempre a através daquilo que se vive entre o que os encontros proporcionam. E que bom termos essa via de comunicação, que é pra pensarmos juntxs.
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