quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

"MANEJO DO CIPÓ E DA FOLHA RAINHA" & "RETOMADA DA CULTURA TRADICIONAL PUYANAWA": Puwe Puyanawa

Palestra realizada no dia 16 de dezembro de 2017. Puwe aborda o tema do manejo do Cipó e da Folha Rainha usando a história de como se deu o processo de retomada da cultura tradicional dos Puyanawa, através do Heu (ayahuasca). É muito interessante a história de como os Puyanawa retomaram a prática de uso do Heu. Em particular a trajetória do Puwe e do Shainay (Cacique Joel) é surpreendente.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

IMPORTÂNCIA DAS CANÇÕES TRADICIONAIS INDÍGENAS: Palestra 1 - Isaka Huni Kuin

Como parte dos temas a serem apresentados durante a 1a Yubaka Hayrá - Conferência Indígena da Ayahuasca, Isaka Huni Kuin Palestrou sobre a "Importância das Canções Tradicionais Indígenas". Isaka foi um dos palestrantes deste tema, juntamente com Ninawa Pai da Mata e o ProfDr Joaquim Maná Kaxinawá. *Conheça a página do Crônicas Indigenistas no Facebook e o canal no YouTube.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

INTERCÂMBIOS E EXPERIÊNCIAS: Palestra de Biraci Jr Yawanawá

Como parte dos temas a serem apresentados durante a 1a Yubaka Hayrá - Conferência Indígena da Ayahuasca, no dia 15 de dezembro de 2017 Biraci Jr Yawanawá palestrou sobre o tema "Intercâmbios e Experiências", onde apresentou suas experiências e percepções, que vão de sua participação na Aya Conference 2016 às viagens fora do país. Biraci também reflete sobre o processo de patrimonialização da ayahuasca, e sua interface com as aspirações dos povos indígenas presentes no evento. Essa palestra foi dividida com seu pai, Biraci Brasil Nixiwaka Yawanawá, que discorreu sobre o mesmo tema.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

VENTOS QUE SOPRAM ALÉM DAS PALAVRAS...

Por: Jairo Lima

‘Você não vai contar como foi sua experếncia na Conferência Indígena Ayahausca?’. Foi a décima mensagem que recebi até ontem, quando completou-se uma semana do encerramento do evento na terra dos Puyanawa.

Fiquei matutando se realmente eu teria algo a dizer, depois de ler os textos da Dedê, Raial e Domingos Bueno. Tarefa difícil essa…

Também, não sei se me animo a tanto, até porque a ‘desembestança’ de fim de ano pegou-me de tal maneira que só no começo da última semana de respiro do ano de 2017 é que consegui sossegar para escrever algo.

Estou ouvindo música Tuareg nesse momento. Um músico de nome Bombino se esforça e mostra seu virtuosismo no violão, enquanto canta algo que não compreendo o significado, mas entendo perfeitamente o sentido e a essência. Não deixo de fazer um link automático com o evento que participei.

domingo, 24 de dezembro de 2017

HAUXSTOCK: O festival indígena de Haux Music

Por: Domingos Bueno

Rio Branco, segunda-feira, 18 de Dezembro de 2017. Sentado em frente ao computador após retornar da TI Puyanawa onde participei da I Conferência Indígena da Ayahuasca - Yubaka Hayrá, fecho os olhos e tenho a sensação de que tudo retorna: puya, puya puya puya (sapo sapo), o canto de abertura Puyanawa tanto da Conferência quanto das duas cerimônias de ayahuasca que ocorreram no primeiro e no último dia.

Isso talvez diga um pouco da impressão (mistura de algo que é registrado com pressão) sonora que permanece em minha memória sobre esses dias do que chamei de um festival de alegria e liberdade cultural/religiosa. Numa das falas do Mestre Bira Yawanawá ele disse: - Encontro de parente é igual namoro de jabuti: se bate mas se entende.

Ao longo dos debates que ocorreram sobre o uso, a liberação, o transporte, a bio-cultural-pirataria, o reconhecimento da sabedoria dos povos da floresta e os perigos da sedução oportunista do capital sobre os jovens xamãs, os parentes puderam falar sempre que quiseram, expuseram seus pontos de vista, discutiram, concordaram e discordaram mas em momento algum abandonaram o respeito e a diplomacia cultural que tanto os distingue. As falas finais foram sempre no sentido de procurar fazer o melhor, ser melhor, respeitar a si, aos outros e a natureza sagrada que vive e é a própria floresta.

sábado, 23 de dezembro de 2017

LONGE É UM LUGAR QUE NÃO EXISTE QUANDO ESTAMOS CONECTADOS PELO CORAÇÃO E ALMA

Por: Dedê Maia

Feliz com as notícias que chegam da I Conferência Indígena da Ayahuasca, realizada entre os dias 13 e 17 de dezembro deste ano que se finda (2017), na Terra Indígena Puyanawa, Município de Mâncio Lima – Vale do Juruá.

Notícias que chegam através da Rádio Yandê, registrada pela nossa querida Daiara Tukano; pelo lindo texto da amiga, desembargadora Cláudia Aguirre; pela matéria brilhante do nosso amigo, jornalista Leandro Altheman Lopes; pelas notas com informações preciosas, cheias dos “sentires” do nosso querido amigo, txaizão, Jairo Lima, e de mensagens de amigos, que expressam sua admiração, e da importância desse encontro.

Encantada pelo trabalho de organização do evento, realizado pelas Organizações Indígenas do Juruá (OPIRJ, OPIRE, ASKARJ); pela assessoria e apoio da FUNAI/Regional Juruá, seja na organização do evento, divulgação, e/ou sistematização dos documentos elaborados pelos participantes indígenas presentes.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

PELOS POVOS ORIGINÁRIOS, POR SUAS VOZES, PELAS ESTRELAS, PELOS RENASCIDOS E QUE SEMPRE RESISTIRAM: Feliz Ano Novo!

Por: Raial Orotu Puri

Como eu havia comentado em meu texto anterior, no qual fiz um balanço parcial desse ano de 2017, eu tentaria ainda acrescentar as minhas impressões a respeito dos dois eventos ocorridos na semana passada na TI Puyanawa, os quais encerraram para mim o calendário oficial de atividades do mundo indígena no Acre. Nesta reflexão, tentarei fazer isto, ainda que boa parte do que eu vivenciei esteja para além da palavra.

Confesso que não será fácil, pois há muito por dizer sobre essa semana. Coisas demais e temo que por isso o texto seja longo e desconexo... E mesmo assim, sei que restará muito por ser dito, porque a verdade é que não tenho como dizer tudo. Creio que mesmo que cada um dos centenas dos presentes nestes dias na TI Puyanawa relatasse sua própria experiência, seriam centenas de relatos e olhares diferentes e, mesmo assim, ainda restaria tudo por dizer. Mas, em todo caso, farei o meu possível...

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

POR FAVOR, PARE DE FAZER DE CONTA QUE NADA ACONTECEU!

Por: Raial Orotu Puri

Outro dia nas minhas memórias do Facebook fui recordada de um compartilhamento de 2015 que fiz de uma postagem de uma moça dizendo que a sua proposta para o programa de retrospectiva de final de ano era bem curta: fazer de conta que nada aconteceu e desejar feliz 2016. Ao rever a lembrança, ri de novo da piadinha, mas hoje este ‘meme’ me voltou à memória em outra perspectiva aonde o riso deixou de caber...

Assim, gostaria de aproveitar o clima de final de ano, época de retrospectivas tanto televisivas quanto pessoais, para abordar o assunto dos ‘balanços’ de fim de ano.  Acontece mesmo quase sempre que o mês de dezembro seja uma etapa de fechamento de muitas coisas, de retrospectivas e, obviamente, de planos para o futuro.

Inclusive, como é de conhecimento dos leitores desse blog, é nesse clima que se darão na semana que vem dois importantes eventos no Juruá dos quais tomarei parte: a Conferência das Organizações Indígenas do Vale do Juruá, e, em seguida, a Yubaka Hayra, (Conferência Indígena da “Ayahuasca”.) O primeiro evento terá, dentre outras coisas, a apresentação das atividades realizadas ao longo de 2017 pelas instituições indígenas da região; por sua vez, o segundo será o início de uma discussão demandada há muito, de um espaço especificamente indígena para discussão da possível patrimonialização da bebida ‘ayahuasca’.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

UMA NOITE MÁGICA NO TERREIRO DO POVO ASHANINKA: Quando entendi que poderia aprender a voar...

Por: Jairo Lima

Em 2003 as coisas não estavam nada bem pro meu lado. Muitos problemas e pensamentos cruzados infernizava-me a existência e o juízo. Não saberia dizer o que 'tava pegando', mas, com certeza, estava diretamente ligado a uma mudança de ciclo na vida: eu havia tomado uma decisão que daria um novo 'rumo' na vida.

Não que eu estivesse passando por alguma 'panema'*, mas, tinha certeza que 'algo' turvava-me a 'visão' e prendia-me num círculo vicioso de tristeza e incertezas.

Como já conhecia e comungava rotineiramente do 'vinho das almas'** sabia que boa parte desse sentimento poderia ser de origem espiritual ou energético. Quem tem um mínimo de senso de espiritualidade deve saber muito bem do que estou falando. A questão é que isso estava me fazendo mal, perturbando-me de tal maneira que havia transformado meus dias em triste rotina melancólica, desprovida de cores e alegrias, onde nada parecia fazer sentido.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

QUE TAL PARAR DE BANCAR A CACHINHOS DOURADOS DA ESPIRITUALIDADE ALHEIA?*

Por: Raial Orotu Puri

Este texto é em parte uma continuidade de conversas anteriores, e em parte uma sobreposição de pequenos incômodos que sinto com alguns discursos dentro da temática indígena, seja ela acadêmica, seja ela desde a perspectiva da causa, da vida, e, claro, do ponto de vista do ‘caminho sagrado’.

Bom, na perspectiva do Sagrado não pretendia me adentrar, pois penso que o Jairo já tem escrito profunda e brilhantemente sobre isso em vários textos, e realmente, em matéria de Sagrado Indígena eu penso verdadeiramente que não é o tipo de tema que eu considere um território a respeito do qual eu possa discutir com propriedade. Mas acontece que aqui eu queria exatamente sobre ter ou não propriedade, e sobre a enorme distância que existe entre conhecer um pouco e dizer que sabe e pode ensinar sobre seja lá o que for.

Como não deve escapar a ninguém, eu não gosto de falar desse tema. Mas acontece que, volta e meia, eu acabo recebendo mensagens de amigos que me encaminham links para casos e mais casos de desrespeito, apropriação e falta de noção. Algumas vezes, o assunto é puxado com ‘você viu isso?’. Bom, algumas dessas coisas são bem problemáticas, e eu gostaria de ser capaz de ‘desver’ a maioria delas... Mas ainda não aprendi essa capacidade, e por essa razão, vou vendo, me incomodando, e escrevendo a respeito.