domingo, 21 de abril de 2019

KAMBÔ: E chegamos a oitava morte em seis meses...

Por: Jairo Lima

Puke Shaya veio nos visitar hoje trazendo notícias de sua aldeia (Shane Kaya), sobre uma oficina de pintura que estão fazendo com a artista argentina Delfna Muñoz, que já vem há alguns anos trabalhando com os Huni Kuin, os Yawanawá e, mais recentemente, com os Shanenawa. É sempre bom quando pessoas positivas vem contribuir com as comunidades.

Vou me inteirando das ‘conversas’ do mundo indígena enquanto passo a vista nas notícias do dia vendo os horrores dos atentados internacionais, as tragédias nacionais e os dramas pessoais de nossa sociedade. Vejo que fui marcado numa postagem recente sobre mais uma morte ocorrida no Chile, envolvendo o uso do kambô. Somando-se a essa tivemos, na semana anterior, outra morte, desta vez na terra da rainha Elizabeth. Creio que, com estes dois sinistros recentes já contabilizam-se oito mortes - conhecidas - nos últimos seis meses.

O que dizer sobre isso? Não sei mais o que escrever que não ‘chova no molhado’ no assunto mas, vamos lá, seguimos.
Certo dia vi em algum comentário que o ‘problema está na aldeia’. Discordo. O problema está nas pessoas, não na aldeia. Claro que tem indígenas vendendo as ‘palhetas’ de kambô, principalmente para atravessadores, alguns destes que não tem discrição alguma de ofertar seu ‘produto’ nas redes sociais, de maneira aberta, mesmo sendo essa prática considerada crime, de acordo com a Portaria da Anvisa de 2004.